O Guardião

Sou sombra, sou até luar...Ave na paisagem que te faz brilhar...Sou miragem, diante do teu olhar!

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 “...É preciso dar, definitivamente, um sentido público ao sistema de ensino superior, como um todo que é, por definição, um bem público...”
     
Carlos Vogt
 
O Ensino Superior no Brasil se inicia imerso nas conturbações sociais e políticas de Portugal com a grande investida militar de Napoleão Bonaparte por toda a Europa.
Apesar de sustentavelmente conveniente para um país em fase de adaptação mundial, a Família Real ao transferir-se para o Brasil, não visa, à época, o crescimento de um povo já existente, e sim, daqueles que consigo navegaram para cá, para se alicerçarem etnologicamente.
Portanto, os primeiros momentos de nossa Educação Superior embasavam-se em projetos de profissionalização voltados especificamente aos serviços públicos e administrativos do país.
Sem qualquer menção filosófica, tais centros de estudo primavam pelo fortalecimento da economia, que muito aprazia os cofres imperiais, já aqui instalados.
Embora, ciência e pesquisa, ainda tentassem rasgar o véu da pobreza cultural, eram de alguma forma, esquecidas frente aos anseios governamentais.
Somente no início do século XX, época que parece ser o marco do entendimento sobre a educação no Brasil, segundo pesquisadores da educação brasileira, como o Dr. José Antonio Tobias, Reitor da União das Faculdades de Alta Floresta (UNIFLOR), no Estado do Mato Grosso, é que podemos perceber certa evolução nos costumes e um leve determinismo em relação ao futuro do Ensino Superior.
 
(...) Fenômenos e coisas existem que sobressaem entre as demais de sua espécie; alguns deles se destacam por projeção social fora do normal, pelo menos do normal, admitido e provado pela razão humana (...) (TOBIAS, 1973, pág. 72).
 
Fases marcantes como o processo ditatorial Getulista, o início de um Estado Moderno e uma reforma universitária gestada pelo Governo Militar em 1968, são pontos situantes para a modernização e democratização do ensino.
Cito, por exemplo, a Lei nº 5.540, de 1968, que versava sobre a introdução da relação custo-benefício e do capital humano na educação, direcionando a universidade ao mercado de trabalho, ampliando o acesso da classe média ao ensino superior e cerceando a autonomia universitária.
 
PORTANTO…
 
Discutir qualidade em Educação Superior não é algo recente, porém, nem por isso, fácil ou menos interessante.
O ambiente universitário é delicado, marcado por redundantes críticas e inúmeras divergências quanto aos moldes de sua estrutura.
A contemporaneidade é caracterizada pelo avanço do segmento educacional no país, pela diversificação de carreiras profissionais e pelo acesso do ensino à sociedade, inclusive com a inovação do Ensino Superior à Distância (EAD) que, sem perder o mote da pesquisa, avança rumo a uma priorização da socialização educacional.
 
“...Apenas como uma forma de conhecimento científico, pedagógico e cultural do professor, devemos acrescentar como sendo uma descoberta da teoria para organizá-la, fundamentá-la, revisá-la e combatê-la, se preciso..”
(IMBERNÓN, 2000, p. 69).
 
As organizações universitárias estão inseridas em um ambiente turbulento.
Tais mudanças fazem com que essas instituições concebam e implantem estratégias a fim de assegurar uma prestação de serviços de qualidade, de modo a atender aos anseios da sociedade e possibilitar a própria sobrevivência organizacional.
Não basta apenas sedimentar valores em expectativas, senão aquelas que processam uma objetividade da didática em evolução. Primar pela ciência é fundamentar pesquisa e dinamizar valores educacionais.
Experiências diárias possibilitam reajustes no ensino-aprendizagem e fazem com que estudantes do Ensino Superior acionem iniciativas já tomadas pelas administrações superiores de ensino, que nem sempre têm alcançado os efeitos pretendidos, porém, valem-se do caminho para uma continuação mais sensata.
 

Segundo VASCONCELOS, 2000:
 
(...) O docente do Ensino Superior para se encontrar dentro de um padrão de perfil que uma universidade necessita, precisa ter bastante desenvolvido três itens de suma importância: saber ensinar, ser bom crítico e pesquisador (...)
 
A importância de pesquisas e estudos voltados ao profissionalismo do futuro docente é conseqüentemente a motivação de uma transformação ou transição periodicamente trabalhada, ora no campo sociológico e filosófico; ora nas questões técnicas que levam a Administração Pública a elaborar uma série de segmentos institucionais para o bem estar do Ensino Superior.
 
“...O perfil dos docentes deve ser construído a cada dia mediante uma prática que priorize a conhecer, redescobrir, criar e agir, pontuados pela ciência da ação, na qual esse educador é o protagonista principal dessa ação.
Porém, é preciso avançar na preparação dos docentes para o Ensino Superior, pois nem todos os professores tiveram em seus cursos de Pós-Graduação, disciplinas didático-pedagógicas...”
Terezinha Corrêa Lindino

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Enviado por O Guardião em 21/05/2009
Alterado em 29/09/2009


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